De acordo com o estudo conduzido pela KPMG, apenas 19 operações de M&A foram realizadas, contra 34 negócios realizados no ano passado. O movimento foi pressionado pela alta taxa de juros, que prejudicou o retorno de projetos.
Durante o primeiro semestre do ano, as empresas de energia elétrica realizaram 19 operações de fusões e aquisições, uma queda de quase 45% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram fechados 34 negócios. O estudo é feito trimestralmente pela KPMG com 43 setores da economia.
Com relação ao tipo de transação concretizada no primeiro semestre deste ano, das 19, a maioria (11) foi de operações realizadas entre empresas brasileiras (doméstica). Cinco envolveram empresas estrangeiras adquirindo capital de outra estabelecida no Brasil (CB1) e outras três foram feitas por brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior (CB2); brasileiro adquirindo, de estrangeiros, capital de organização estabelecida no país (CB3), e estrangeiro adquirindo, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no Brasil (CB4), sendo uma cada.
“Em comparação com o semestre passado, foi constatado que o mercado interno teve uma desaceleração e houve uma queda no número de operações domésticas. Isso impactou o resultado total do semestre, esse movimento foi impactado pelo alto nível da taxa de juros, o que tem impactado no retorno de projetos”, analisa o coordenador da pesquisa e sócio da KPMG, Paulo Guilherme Coimbra.
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Brasil: queda de 5% e maior participação estrangeira
As empresas brasileiras realizaram 739 operações de fusões e aquisições no primeiro semestre deste ano. Esse número representa uma queda de quase cerca de 5% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram concretizados 776 negócios.
O estudo apontou ainda que houve um aumento na quantidade de transações em que investidores estrangeiros compram empresas brasileiras. No primeiro semestre deste ano, foram 199 operações contra 178, no intervalo equivalente de 2024, um acréscimo de quase 12%. O mesmo movimento aconteceu nas operações em que organizações brasileiras adquiriram outra estabelecida no exterior, passando de 47, nos primeiros meses do ano passado, para 58 este ano (23%).
“De forma geral, o cenário de fusões e aquisições permaneceu estável, apesar de questões globais geopolíticas e fiscais no mercado interno. E esses dois tipos de negociações sustentaram o número de transações realizadas este semestre. Por outro lado, as operações domésticas, envolvendo apenas investidores brasileiros, tiveram uma queda, apontando que o mercado interno sofreu uma pequena retração no período, ocasionado pelas altas de juros e discussões fiscais”, finaliza Coimbra.