O sistema elétrico brasileiro precisará acrescentar 5.301 km de novas linhas de transmissão entre 2026 e 2030, além de 24.314 MVA de nova capacidade de transformação em subestações, prevê o Operador Nacional do Sistema. A expansão será necessária para atender o crescimento de 17% da carga previsto nesse período, com a demanda chegando 129 GW em 2030.
O Brasil precisará de 5.301 km de novas linhas de transmissão entre 2026 e 2030, além de 24.314 MVA de nova capacidade de transformação em subestações, demandando R$ 28,1 bilhões de investimentos. Os números fazem parte do Sumário Executivo do Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (PAR/PEL 2025) para o horizonte de 2026 a 2030, apresentado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nesta terça-feira (16/12).
Esses empreendimentos representam um acréscimo de 3% na extensão das linhas de transmissão e de 5,7% na potência nominal instalada em transformadores da Rede Básica e Rede Básica de Fronteira, em relação à rede existente.
“Os resultados do PAR/PEL reafirmam o planejamento como um instrumento estratégico do Estado brasileiro para garantir a segurança energética e a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional. O estudo aponta caminhos para que o SIN acompanhe, com solidez e previsibilidade, a expansão das fontes renováveis, a incorporação de novas tecnologias e os efeitos da evolução da carga e da geração no país. As ações e investimentos mapeados fortalecem a resiliência do sistema e criam as bases para uma operação mais segura, eficiente e integrada até 2030”, afirma o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
Intercâmbio de energia entre subsistemas
A ampliação dos limites de intercâmbio entre os subsistemas é um dos pontos destacados no PAR/PEL 2025. Há previsão de aumento de aproximadamente 20% no recebimento da região Sul a partir das regiões Sudeste/Centro-Oeste, evoluindo de 11.400 MW em janeiro/2026, para 13.500 MW em 2030, durante o período de ponta de carga do sistema.
É previsto também o aumento de aproximadamente 25% no limite de recebimento da região Sudeste/Centro-Oeste a partir das regiões Norte/Nordeste, evoluindo de 18.500 MW, em janeiro/2026, para 23.000 MW, em janeiro/2030. O limite de intercâmbio entre essas regiões será ampliado com a implementação de um conjunto de obras previstas para entrada em operação, em julho de 2030.
O estudo também prevê que a carga do SIN chegue a uma demanda máxima de 129 GW em 2030, o que representa um crescimento de 17% quando comparada à máxima carga verificada em 2025. Para o final de 2030, estima-se que a capacidade instalada do SIN totalizará 269 GW, sendo que desse montante cerca de 60 GW serão de usinas eólicas e fotovoltaicas centralizadas.
O Sumário Executivo do PAR/PEL 2025 também abordou outros dois temas centrais do setor: a projeção futura do curtailment de geração eólica e fotovoltaica, cuja mitigação requer não apenas a integração de novas cargas, mas um melhor alinhamento entre expansão de geração renovável variável e capacidade de absorção do sistema, e novas análises sobre os impactos da geração distribuída na segurança elétrica da operação do SIN, a qual demanda nova coordenação entre ONS, distribuidoras, instituições setoriais e agentes.



